30 de Maio a 2 de Junho de 2024
NFT Sampa
o Metaverso já está à sua volta
Em 30 de Maio a 2 de Junho, você irá descobrir como o famigerado metaverso já é parte inescapável da sua vida e o quão incrível (e louco) o futuro será.Inaugurando a Casa NUA, no coração de São Paulo, como o primeiro museu permanente e galeria física de arte digital do Brasil, o NFT Sampa será o mais rico evento sobre arte digital, criptoarte, Web3 e cultura da descentralização já realizado em terras brasileiras.
uma realização da Casa NUA
English version
Domínio Público, Propriedade e Arte no Novo Milênio
A maioria das pessoas ainda não sabe do que se tratam os NFTs, ou, se sabe, ainda não assimilou a importância dessa inovação. Afinal, à primeira vista, o que pode haver de tão valioso nesses jpegs que qualquer um pode copiar, ou nesses memes compartilhados à exaustão? Deve ser uma mania, uma bolha, pura especulação?Errado, pois arte e memes são a coisa mais importante do mundo. Explico.No livro Sapiens, Yuval Noah Harari divide a experiência humana em:a) o objetivo — mútuo e visível, ou tangível: “está chovendo”;
b) o subjetivo — privado e intangível: “eu me sinto ótima”; e
c) o intersubjetivo — mútuo e intangível: o imaginário coletivo, as convenções e crenças compartilhadas.Sua tese é a de que o fator intersubjetivo é o mais importante no desenvolvimento da civilização porque só ele permite que grandes quantidades de pessoas possam cooperar. A teoria em geral acredita que os humanos pré-históricos podiam coordenar e cooperar com no máximo 150 pessoas, uma estimativa baseada em limites físicos e biológicos. Como então os humanos expandiram além de suas pequenas tribos e hoje temos um mundo globalizado?
Mitos compartilhados e seu poder constitutivo e transformador da sociedade
A resposta está nos mitos, histórias abstratas nas quais grupos progressivamente maiores de pessoas podem acreditar e em torno das quais se organizar — o intersubjetivo! Pense nos mitos como tecnologia de escalonamento para o cérebro humano. Alguns vêm a mente como mitos óbvios: os deuses gregos, os grandes reis e imperadores da história, ou as religiões. Mas os mitos não pararam na Idade Média, eles estão em toda nossa volta hoje: Democracia, Diretos Humanos, valores familiares, tolerância, direito à propriedade e liberdade de expressãomsão alguns dos mitos mais poderosos hoje no mundo ocidental.
"Ninguém Solta a Mão de Ninguém", meme popularizado em 2018 após a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil
Mas mitos não se encerram no nível nacional ou global, eles estão em toda parte. A ideia do que constitui uma empresa, uma igreja, uma universidade, uma ONG, são todas convenções coletivamente aceitas, ou mitos. A Nike, o Santander, o Corinthians, são todos mitos. Em “Sapiens”, Harari pergunta: “O que é a Peugeot?” São as fábricas, os acionistas, os funcionários, o logotipo, os seus diretores? Não, todos esses mudam com o tempo. Empresas S.A. são tão imaginárias quanto o amigo imaginário dos nossos filhos. A Peugeot existe por meio de um contrato social validado por um tipo especial de padre (no caso, o escrivão de um cartório), os envolvidos assinam e pronto, concordamos que ela existe. O Corinthians lota os estádios por causa dos seus funcionários, edificações, técnicos, materiais de treino (o “objetivo”)? Não, ele o faz por causa do mito que o time representa, o pertencimento a um coletivo ligado à conquista e superação.A essa altura você já deve ter pensado em outro “mito” da nossa história política recente cuja aderência e capacidade de mobilização na sociedade brasileira pegou a muitos de surpresa, com efeitos avassaladores sobre nosso cenário socioeconômico. Repito: mitos são a coisa mais importante do mundo. Todo o restante — política, economia, finanças, negócios, vida familiar, costumes — são derivados dos mitos nas quais nossa sociedade acredita. E se política não lhe atrai, voltemos à Nike, empresa com US$ 44 bi de receita anual. A maior competência da Nike não é a produção têxtil, que é terceirizada, mas a construção de mitos. Um tênis de R$ 600 vale não só pelo tênis em si e pela rede produtiva e logística para que ele chegue até você, mas sobretudo pelo intangível — o direito de exibir a marca no seu look, mostrar à sociedade que você pagou por ela, e também sentir-se bem por isso.
"Tomem os Memes de Produção”. Meme de punk6529 (pseudônimo), um dos maiores filósofos e proponentes da descentralização e do metaverso aberto, ou seja, não controlado por nenhuma empresa, governo ou instituição.
É esse valor intangível, porém ainda assim perfeitamente comercializável, que representa um NFT. Mesmo que não haja conexão alguma com qualquer bem físico, o ser humano tem razões de sobra para se associar com mitos compartilhados. Não é nenhuma surpresa que estejamos comprando “jpegs” (imagens ou outros bens intangíveis 100% digitais, de natureza artística e/ou colecionável) emitidos como NFTs, pois a humanidade sempre comprou arte, símbolos, mitos, seja para pertencer a um grupo social, para apoiar uma causa ou para se gabar — mas até então não havia como fazer isso sem que o intangível que cada obra representa precisasse estar ligado a um bem ou produto físico. Agora não precisa mais. Temos a versatilidade e escalabilidade da obra digital com a escassez natural dos bens físicos.Fotografias, vídeo, performances ao vivo, poesia, música, ilustrações ou memes criados 100% digitalmente já são agora emitidos por seus autores e comercializados por seu valor puramente intangível, sem detrimento de sua apreciação por todos, já que a propriedade privada de uma obra emitida como NFT não exclui sua visualização e exibição pública! Uma verdadeira revolução cultural em escala global, se comparado a como obras de arte físicas são extremamente caras e limitadas em termos de sua criação, comercialização e exibição.
Vídeo da performance de Hugo Faz, “Lute pela Liberdade de Transação”, realizada no dia 11 de Março de 2023 na Avenida Paulista e leiloada como NFT pelo valor final de 10.69 Ξ, atualmente em torno de R$ 90.000
Bitcoin (um parêntese)
Um breve retorno às criptomoedas antes de seguirmos. O Bitcoin fez um trabalho excelente de construção de mito: “descentralização”, “ouro digital”, “hodl”, foram todos mitos inicialmente necessários para que o token digital tivesse sucesso e se tornasse de fato uma moeda com potencial para se tornar em um futuro breve a principal reserva de valor global. Há nessa história uma boa dose de “uma ‘mentira’ contada muitas vezes se torna verdade”, assim como em toda revolução política, social, cultural e/ou econômica da História, para o bem ou para o mal.A característica mais importante do Bitcoin é sua natureza não-permissionada e resistente à censura, própria da descentralização. O resto é secundário, mas termos uma infra-estrutura de pagamento global imune à censura é um bem público de valor imensurável. Desde então, os desenvolvimentos em finanças descentralizadas (DeFi) têm demonstrado grande potencial para o futuro, mas quase todos são vulneráveis aos mais diversos “ataques” via regulamentação. E os NFTs? Quem poderá impedir a livre troca de jpegs, visto que são protegidos em grande parte do mundo pela garantia fundamental da liberdade de expressão?
"Come and Take It", meme de Vince Van Dough, é inspirado em um meme da Revolução Texana de 1831, e desafia instituições a "tentarem" tomar ou proibir as criptomoedas e NFTs mantidos por seus usuários em carteiras não-custodiais, ou seja, cujos bens não estão sob custódia ou controle de ninguém além do próprio usuário
NFTs: arte e mitos como objeto ápice da sociedade
NFTs são registros públicos, não-permissionados e incensuráveis de proveniência e de transação para quaisquer ativos digitais ou digitalizáveis. NFTs são portanto, além de muitas outras coisas, a infraestrutura mais rápida, mais escalonável e potente para financializar e transportar arte e… memes! Sem intermediários, permissionários ou guardiães de custódia (bancos, corporações de mídia vendedoras do seu conteúdo etc)."Arte" e “memes" nada mais são que maneiras elegantes e divertidas, respectivamente, de dizer “mitos", que agora são objetos digitais livre e publicamente transacionáveis como NFTs, deixando de ser descartáveis e assim tornando-se capazes de ocupar o imaginário e o dia a dia das pessoas. Marcas, empresas, artistas, clubes e coletivos por todo o mundo já estão entendo e adotando o blockchain graças à inovação dos NFTs. Quem ainda desdenha do poder cultural e associativo dos NFTs ainda não percebeu que é baseado em mitos que cada um de nós organiza sua vida social e suas atividades, preenche diariamente sua geladeira, seu armário e sua casa, escolhe seus estudos, sua profissão, seu emprego, seus relacionamentos, seu voto. Nada mais natural que podermos ser de fato donos dos nossos mitos compartilhados e, com apoio das infinitas possibilidades de programação e composição viabilizadas pela tokenização desses mitos, nos organizarmos em torno deles.
Ilustração "Crypto Daydreams", do artista brasileiro Artur Falcão, foi emitida como NFT em 696 cópias, que estão negociadas hoje a mais de R$ 1.000 cada
O perigo da centralização e como podemos derrotá-la
Se olharmos para o arco do progresso humano veremos que há uma tendência geral à descentralização, mas a internet e o machine learning têm nos empurrado nos últimos 20 anos a um nível de centralização cujo perigo a maioria esmagadora da população ignora. Centralização pode ser muito boa para implementação e manutenção de sistemas socioeconômicos eficientes — como o rápido desenvolvimento da web social, comercial e interativa (a chamada Web2), que revolucionou a comunicação global, mas concentrou todo o poder sobre o fluxo global de informação em 3 ou 4 grandes corporações.Veja também a discussão sobre as moedas digitais de banco central (CBDCs, na sigla em inglês), em fase de implementação em diversos países. Caso se tornem a norma, governos terão a capacidade direta de vigiar, controlar e censurar qualquer transação de cada cidadão, desde transferências vultosas de patrimônio até chamar um Uber ou comprar um tomate direto do seu vizinho — algo que nem os maiores déspotas da história tiveram a chance de fazer. E isso é só o começo. A combinação de controle transacional absoluto com inteligência artificial, sensores biométricos e drones pode desembocar em sistemas de controle social que nem George Orwell seria capaz de vislumbrar.
Direitos Digitais são Direitos Humanos.Sem liberdade de transação, nenhuma outra liberdade fundamental poderá ser de fato garantida nos tempos atuais.
Historicamente, em escala global, experiências de centralização extrema costumam terminar em desastre social — veja o destino da Revolução Russa com Stalin, por exemplo. Infelizmente, os principais indivíduos e grupos de poder construindo os sistemas de informação e transação da atualidade parecem nunca ter feito a si mesmos a pergunta: “e se o meu pior adversário tomar o controle desse sistema que estou construindo”?Temos agora, com a fusão singular (viabilizada pelos NFTs) das camadas financeira, social e cultural da sociedade, uma oportunidade única de tomar essa ferramenta, popularizar seu uso, espalhar os mitos que nos são caros, e assim, com uma parcela considerável da população global utilizando cotidianamente os blockchains, garantir que o nosso mito mais importante, o da liberdade de transação, não possa ser derrotado.
Meme "Nakamoto Freedom" (adaptado para o português) traz a imagem de Satoshi Nakamoto, suposto pseudônimo do desconhecido fundador do Bitcoin. Cópias do meme original (são apenas 300) são negociadas a mais de R$ 100.000 cada. Ainda assim, a imagem está no domínio público, ou seja, pode ser usada livremente por qualquer pessoa, até mesmo para fins comerciais
Qual o papel da Arte nesse processo e como vamos chegar lá, na prática?
Arte emitida como NFT ainda não tem real acessibilidade ao público em geral e aos colecionadores de arte tradicional.Profundamente enraizados nos prazeres táteis e visuais da arte física, os colecionadores de arte, artistas e instituições tradicionais enfrentam atualmente uma forte dissonância. Acostumados com a experiência sensorial de observar, possuir e exibir obras de arte tangíveis, a maioria fica desconfiada da transição para um domínio puramente digital, independentemente do mérito da obra em questão.Além disso, o conceito de “possuir” uma obra digital através de um token (certificado digital) publicamente negociável ainda é estranho, tornando um desafio preencher essa lacuna entre as práticas centenárias de colecionar e esta nova fronteira.
Apresentamos a Casa NUA, um museu permanente e galeria física de arte descentralizada para unir os mundos do tradicional e do digital
ceci n'est pas une print
Nossa proposta é expor obras de arte digital de forma que faça jus a seu mérito e comunique perfeitamente o seu valor intrínseco ao observador.A Casa NUA, como 1º museu permanente de arte nativamente digital do Brasil, busca fundir os mundos tangível e intangível para promover uma apreciação e compreensão mais amplas. O Inspirador não precisa estar fora do alcance.
A forma única como exibimos as obras e a consideração com a qual guiamos as pessoas através da curadoria fazem com que visitar a galeria ou experimentar uma vernissage na Casa NUA pareça tão tangível e familiar quanto renovador e emocionante.
Ainda em grande parte inacessível ao público em geral – que ainda é repelido pelas complexidades do blockchain, carteiras de criptomoeda e ativos tokenizados – o reino da arte digital está atolado em jargões, entraves tecnológicos pesados e desinformação que criam uma barreira à compreensão e, portanto, à apreciação. Amamos os memes, e também acreditamos que eles devem servir, junto à Arte, para educar e nos preparar para um futuro onde Cultura e Propriedade circulem de forma descentralizada, pública e incensurável.
Adotamos um modelo híbrido de museu e galeria que se enquadra no espírito da web3 com um forte foco na Educação — cultural, artística e tecnológica — para acelerar a inclusão da próxima geração de colecionadores e artistas.
Venha conhecer e prestigiar a abertura dessa nova Casa em nosso evento de inauguração, o NFT Sampa:
NFT Sampa
30 de Maio a 2 de Junho de 2024
PROGRAMAÇÃO
O evento acontece de 30 de Maio a 2 de Junho de 2024, aberto ao público diariamente das 15h às 23h, de quinta-feira a domingo.Mais detalhes sobre a curadoria e a programação de debates, visitas guiadas, e apresentações para cada dia estão sendo adicionadas regularmente a esta página, volte para conferir as novidades!Não deixe de conferir abaixo também as Chamadas Públicas para Exibição de Obras e Projetos para oportunidades de incluir os seus próprios trabalhos na curadoria do evento.
30/Mai - NFT: Finalmente, a mídia perfeita para a Fotografia Digital31/Mai - Memes, CC0 (Arte em Domínio Público), o Metaverso Aberto e a Cultura da Descentralização1/Jun - Inteligência Artificial: nova fronteira ou expansão infinita?2/Jun - Arte Digital Brasileira pioneira no Blockchain + Festa de Encerramento
LOCAL E Inscrições (Gratuitas)
Local: Casa NUA, na Rua Maria Paula, 78, Bela Vista, centro histórico de São Paulo.A visitação é gratuita a qualquer momento, bastando inscrever-se pelo formulário abaixo:
Chamadas para Exibição de obras
atualizaremos o site em breve com as chamadas de trabalhos! ou fique de olho no X e no Instagram!
Inscrição realizada. Agradecemos!
Se você enviou o formulário com sucesso sua vaga está reservada! A inscrição será confirmada após a checagem do comprovante de pagamento e/ou dos critérios e vagas com gratuidade. De qualquer forma, a sua inscrição indica um compromisso da sua parte e é fundamental que mantenha a disponibilidade para os dias do curso.
Para completar sua participação, é importante que realize os seguintes passos, que você deve fazer agora:
- Adicionar o e-mail e telefone da Casa NUA à sua agenda de contatos: contato@nua.casa e 11-98870-2069, para que possa receber nossos disparos de comunicação coletiva sem que vá para Spam ou seja bloqueada pelo Whatsapp.- Aguardar nossa comunicação, que ocorrerá exclusivamente via e-mail e/ou Whatsapp até 10/Jan/2023.
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